Foto: Rafael Ribeiro/CBF
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) anunciou nesta quinta-feira (1º) que o Tribunal Regional Eleitoral de Roraima (TRE-RR) determinou a suspensão das investigações contra o presidente da entidade, Samir Xaud. A decisão judicial apontou ausência de elementos concretos que liguem o dirigente a supostos crimes eleitorais.
De acordo com a CBF, o vice-presidente do TRE-RR destacou, na decisão, que "não restaram demonstrados elementos concretos de autoria e materialidade delitiva capazes de associar a participação do paciente na prática de crime eleitoral". O magistrado também classificou como desproporcional a medida de busca e apreensão anteriormente decretada contra Xaud, apontando “grave constrangimento ilegal” na decisão.
Em declaração oficial divulgada pela entidade, Samir Xaud comentou a decisão judicial. “Sei de onde eu vim, sei quem eu sou e mantive a tranquilidade nos últimos dias, apesar da injustiça cometida e da grave exposição negativa da minha imagem. Seguirei trabalhando com foco, fé e honestidade em prol do futebol brasileiro”, afirmou o presidente da CBF.
A suspensão da investigação ocorre após a Polícia Federal ter cumprido, na última quarta-feira (30), mandados de busca e apreensão contra Xaud no âmbito da Operação Caixa Preta, que apura suspeitas de crimes eleitorais nas eleições municipais de 2024, em Roraima.
Além do presidente da CBF, foram alvos da operação a deputada federal Helena da Asatur (MDB) e o marido dela, o empresário Renildo Lima — investigado desde que foi preso em flagrante, em setembro de 2023, com R$ 500 mil em espécie, parte deles escondida na cueca, conforme relataram os agentes.
A operação incluiu diligências na residência de Samir Xaud, em Roraima, e também na sede da CBF, no Rio de Janeiro. No total, dez mandados de busca e apreensão foram expedidos pela Justiça Eleitoral, sendo sete em Boa Vista, capital do estado.
A investigação da PF busca identificar indícios de compra de votos e movimentações financeiras suspeitas ligadas à campanha municipal, com possível uso de recursos ilícitos e envolvimento de figuras públicas e empresariais de destaque no estado. O caso levanta preocupações também no cenário esportivo nacional, diante do envolvimento do atual presidente da principal entidade do futebol brasileiro.
Por Bahia Notícias