O SUS gastou R$ 449 milhões em 2024 com internações de vítimas de acidentes de trânsito em todo o país, segundo levantamento do Ipea com base no Datasus. O valor inclui atendimentos de emergência, reabilitação e fornecimento de órteses e próteses. Com esse montante, seria possível comprar 1.320 ambulâncias do SAMU, quase quatro vezes mais do que as 350 previstas no Novo PAC Saúde. Desde 1998, os custos cresceram 49% em termos reais. A Bahia aparece entre os estados com maiores despesas, somando quase R$ 24 milhões apenas neste ano.
Desde 2021, o SUS deixou de receber aproximadamente R$ 580 milhões por ano após a extinção do DPVAT, que destinava parte da arrecadação para cobrir os custos médico-hospitalares com vítimas de sinistros. Entre 2011 e 2020, foram mais de R$ 5,8 bilhões repassados ao sistema público de saúde. A tentativa do governo de criar um novo seguro, o SPVAT, foi cancelada diante da resistência de governadores e parlamentares.
Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), sinistros de trânsito consomem entre 1% e 3% do PIB dos países latino-americanos. No caso do Brasil, isso representa até R$ 351 bilhões por ano.
Foto: Bruno Concha/Secom